Quarta Sonora :: Ully Costa

Ully Costa tem ascendência negra e indígena, e celebra suas raízes com um som diverso, novo e cheio de personalidade.

Já era figura conhecida na noite cantando no grupo paulistano de samba-rock e gafieira Sandália de Prata e agora voa solo.

O álbum “Quem sou eu” lançado em 2013 conta com participações dos cubanos Yaniel Matos (cello) Pepe Cisneros (piano), do percussionista Da Lua, do baterista Curumim, de Marcelo Pretto (Barbatuques) e DJ KL Jay, dos Racionais MCs.


Ouça o álbum na íntegra e aproveite para ler abaixo a entrevista que ela deu ao portal Vírgula Music.


Quando decidiu que seu caminho seria a música?
Todo dia eu penso nisto, porque eu comecei a cantar muito menina e nunca foi programado. As coisas foram acontecendo e eu fui levada para minha música. Sempre vivi dela. Hoje olho pra trás e tento identificar quando começou, mas sempre penso que cada coisa que eu fiz foi um começo de uma nova fase e fica bem difícil pontuar e identificar exatamente o ponto de partida.

O disco é bem complexo, como vai fazer para superar as dificuldades de executá-lo ao vivo?
Quando comecei a pensar no show sabia que quem viesse tocar deveria ter uma certa versatilidade. O tecladista, por exemplo, toca percussão, cavaco e bateria. Estamos mantendo a essência de cada composição, acrescentando elementos que não foram gravados, adaptando os arranjos. Está ficando bem bonito. Quando a música que já foi gravada começa a ser tocada, ela naturalmente se transforma e neste caso acredito que estamos conseguindo um bom resultado.

A religiosidade é bem presente. De que maneira a fé influencia sua vida e música e pq na sua opinião é um tema recorrente, não só no seu trabalho, mas de nomes de vanguarda da nova mpb, como o Metá Metá e o Afroelectro, sem contar as tradições da cultura popular, do samba e dos afro-sambas?
Sempre me senti tocada com tudo que tenha a ver com a religiosidade. Quando menina, eu participava daquela novenas de casa em casa, com todas aquelas pessoas cantando e rezando. Já se fazia presente em minha vida o lado sagrado da música. Estar numa roda de samba pra mim hoje tem o mesmo efeito, mesmo que seja visto como profano.

Mais tarde passei a me interessar mais pelas manifestações religiosas afro-brasileiras, que são sempre repletas de musicalidade, quase sempre com o tambor como elemento sagrado, além dos cânticos, claro. Acho que isso tudo influencia muito a mim e muitos de minha geração, assim como influenciou aqueles que nos influenciaram, como João Bosco, Baden Powell, Vinicius (de Moraes) e muitos outros.

Qual considera o ponto alto da sua carreira até aqui?
Tive momentos de muita emoção quando por exemplo, com o meu outro trabalho, a banda Sandália de Prata, tive a oportunidade de cantar ao lado da Elza Soares. Poder dividir o palco, a música, com essa artista fora de série foi realmente algo extraordinário.

Agora, com certeza esse disco é o momento mais alto, aquele que vivo hoje, me realizando ainda um pouco mais como intérprete. Nele estou colocando muito do que eu acredito, minha alma está em grande parte nessa obra.

Que cantoras são modelos para você?
Depende do meu estado de espirito (risos)… Inhana, Elisete Cardoso, Cássia Eller, Erykah Badu, Clara (Nunes), Elis (Regina).

Que efeito espera provocar nos ouvintes com sua música?
Estou muito curiosa com os possíveis efeitos do meu disco. Cantei muito do que gosto, busquei uma unidade no resultado final, mas sem paranoias de estilo. Só quero que as pessoas recebam a música de braços e mentes abertas.

Se você curtiu e quiser acompanhar a Ully, nós damos os caminhos.
->Página Oficial (com download do álbum)
->SoundCloud
->Facebook

Seeya!

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