“Irmão, será que você não percebeu que você é o único representante do seu sonho na face da terra? Se isso não fizer você correr,chapa eu não sei o que vai.”
Existe uma leva de novos poetas da rima e da rua que vem transformando o discurso da música popular de gueto no Brasil. Pra frente, positiva, amorosa e mais crítica do que nunca. É, rap. O duelo é de idéias. A força é a do punho fechado batendo no peito e não a da mão engatilhada.
“Aqui é cada um com a sua coroa de espinho.
Qual a sua droga? tv? erva?
Qual a sua droga? solidão? cerva?
Onde você se enconde ?
Onde você se eleva?
O que é seu em terra de ninguém?”
A leva tem Criolo, Kamau, Rael, RAPdura, Lurdez da Luz, Nathy Mc, Lívia Cruz, Rashid e tem também o moleque Emicida. Esse sabe bem o seu papel e melhor ainda, sabe escrever certinho sobre ele. Tive o prazer de conhece-lo quando fiz alguns trabalhos no tempo da colmeia, humildade e sagacidade, características que podem parecer antagônicas mas como eu disse, ele sabe tocar a levada.
Tenho ouvido bastante seu último trabalho O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve Aqui, de 2013 e recomendo fortemente.Quem curte rap já sabe, se você tem um pé atrás chega na roda.Pra começar de mansinho, um Sol de Giz de Cera.
O projeto tem parcerias especiais como Pitty, Tulipa Ruiz, Wilson das Neves, MC Guime, Quinteto em Branco e Preto, Juçara Marçal e Fabiana Cozza.O doc que segue aqui tem a participação da poetiza e atriz Elisa Lucinda abrilhantando ainda mais a parada.
Finaliza:
“Sabem que o que eu quero pra mim é o que quero para o universo.
É esse o papo do meu verso.”
A rua é noiz!
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